Crítica do filme "Screamboat – Terror a Bordo"
- Fabio Cavazin
- 9 de mai.
- 4 min de leitura
É uma viagem que oscila entre o riso e a decepção.

Desde que "Steamboat Willie" entrou em domínio público, era apenas questão de tempo até que surgisse uma releitura ousada. "Screamboat – Terror a Bordo", dirigido por Steven LaMorte, é exatamente isso: uma tentativa de misturar terror e comédia em uma homenagem subversiva ao clássico da Disney.
Com David Howard Thornton, conhecido por "Terrifier", no papel do assassino Willie, o filme apresenta uma versão sombria do icônico rato. Embora Thornton entregue uma performance interessante, ela carece do carisma que marcou seus trabalhos anteriores.
A trama se passa na última balsa da noite em Nova York, onde passageiros enfrentam uma criatura sanguinária. A ambientação claustrofóbica é bem explorada, com diversas cenas em diferentes partes do navio, aumentando a tensão. No entanto, o roteiro, escrito por LaMorte e Matthew Garcia-Dunn, por vezes se perde, com cenas desnecessárias e arrastadas que diminuem o impacto do suspense.
O filme tenta equilibrar elementos de terror e comédia, mas nem sempre com sucesso. Algumas cenas que deveriam ser tensas são quebradas por humor que reduz o impacto. Ainda assim, há momentos genuinamente engraçados que arrancam risadas.
Os personagens são caricaturas de estereótipos comuns do gênero, funcionando mais como paródias do que figuras tridimensionais. A maquiagem e os efeitos práticos seguem uma estética trash, o que pode agradar aos fãs do gênero, mas não impressiona.

A trilha sonora, composta por Yael Benamour, é um dos pontos fortes, complementando bem as cenas de tensão e humor. As referências à Disney são abundantes.
Em suma, "Screamboat – Terror a Bordo" é uma experiência mista. Enquanto tenta homenagear e subverter um clássico, o resultado final é irregular, com momentos divertidos, mas também com falhas que impedem o filme de alcançar seu pleno potencial.
Com estreia marcada para 2 de abril de 2025 nos Estados Unidos, Screamboat – Terror a Bordo é uma produção independente que aposta na mistura de terror, sátira e referências à cultura pop para oferecer uma experiência inusitada ao espectador. Ambientado na última balsa da noite em Nova York, o longa transforma o trajeto rotineiro de passageiros e tripulantes em um pesadelo sangrento. Cercados pela água e sem possibilidade de fuga, eles se tornam alvo de um rato impiedoso — uma versão distorcida e mortal de um personagem bastante conhecido do imaginário popular. A premissa parte de um conceito audacioso: brincar com o que é familiar para subverter expectativas e mergulhar no trash gore com uma pitada de humor negro.

Dirigido por Steven LaMorte, que também assina o roteiro ao lado de Matthew Garcia-Dunn, o filme conta com a atuação de David Howard Thornton (conhecido por Terrifier) no papel do vilão silencioso e sádico. O elenco traz ainda Allison Pittel, Amy Schumacher, Jesse Posey, Kailey Hyman, Jesse Kove e Jarlath Conroy, todos assumindo papéis que parodiam os arquétipos clássicos do gênero slasher. A direção de fotografia de Steven Della Salle explora bem os espaços confinados da embarcação, acentuando a sensação de isolamento e vulnerabilidade. A edição, a cargo de Patrick Lawrence, busca equilibrar momentos de tensão com sequências de humor grotesco, ainda que, em alguns trechos, a narrativa sofra com ritmo irregular.
Entre os destaques técnicos, está a trilha sonora assinada por Yael Benamour e Charles-Henri Avelange, que funciona como fio condutor das emoções do filme, ajudando a pontuar tanto o suspense quanto o humor. A produção é uma parceria entre os estúdios Sleight of Hand Productions, Kali Pictures e Fuzz on the Lens Productions, com distribuição da Iconic Events Releasing.
Com 102 minutos de duração, falado em inglês e inteiramente filmado nos Estados Unidos, Screamboat é, acima de tudo, uma experiência audiovisual peculiar. Embora não consiga sustentar de forma consistente a fusão entre comédia e terror, entrega momentos divertidos, efeitos práticos propositalmente exagerados e uma homenagem inusitada ao curta clássico Steamboat Willie. O resultado é um filme que, apesar de seus tropeços, deve agradar aos fãs do cinema trash e da sátira sangrenta.

Desde sua estreia, Screamboat – Terror a Bordo recebeu avaliações mistas tanto da crítica quanto do público. No IMDb, o filme possui uma nota de 4,4/10 baseada em aproximadamente 1.300 avaliações de usuários, indicando uma recepção morna. No Rotten Tomatoes, até o momento, não há avaliações suficientes para gerar uma pontuação no Tomatometer ou no índice de audiência, refletindo talvez a natureza de nicho da produção.
Apesar das críticas, o filme encontrou seu público entre os fãs de terror trash e comédia absurda. O ator David Howard Thornton relatou em entrevista que as reações nas exibições foram positivas, com o público entendendo e apreciando a proposta de humor "splat-stick" do longa.
Em minha conclusão, Screamboat – Terror a Bordo consegue homenagear e subverter o clássico da Disney de forma criativa, mas se perde em escolhas narrativas e tonais inconsistentes. A proposta de equilibrar terror e comédia, embora interessante, não se sustenta ao longo do filme. Embora haja momentos engraçados e cenas de gore criativas, o longa peca por partes arrastadas e desnecessárias, além de uma construção de personagens que, apesar de carismática, recai em estereótipos que não conseguem tirar todo o seu potencial.
A direção de Steven LaMorte e o elenco, com destaque para David Howard Thornton, tentam transformar o filme em algo memorável, mas, no fim, Screamboat não consegue equilibrar humor e tensão, o que diminui o impacto de uma trama que poderia ser mais eficaz.
Com uma premissa promissora, o filme deixa a sensação de que, apesar de momentos de diversão, não cumpre seu potencial. Para quem busca um terror cômico com referências e humor nonsense, ainda assim vale a pena a curiosidade.
Minha nota para Screamboat – Terror a Bordo é 4/10. Embora tenha méritos, o filme se perde em sua execução e não mantém uma linha coerente que agrade a todos os públicos.
escrito por: Fabio Cavazin
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